Por Juliana Luiza
Fotos: André Crispim
A aula deste domingo foi comandada pelo membro de nosso grupo, Thiago Franklin.
A aula foi iniciada com uma leitura belíssima da lição “Granjeai amigos”, do livro Pão Nosso, uma psicografia do espírito Emmanuel por Chico Xavier que inserimos a seguir:
"Também vos digo: granjeai amigos com as riquezas da injustiça." - Jesus. (Lucas, 16:9)
Se o homem conseguisse, desde a experiência humana, devassar o pretérito profundo, chegaria mais rapidamente à conclusão de que todas as possibilidades que o felicitam, em conhecimento e saúde, provêm da Bondade Divina e de que a maioria dos recursos materiais, à disposição de seus caprichos, procede da injustiça.
Não nos cabe particularizar e, sim, deduzir que as concepções do direito humano se originaram da influência divina, porque, quanto a nós outros, somos compelidos a reconhecer nossa vagarosa evolução individual do egoísmo feroz para o amor universalista, da iniqüidade para a justiça real.
Bastará recordar, nesse sentido, que quase todos os Estados terrestres se levantaram, há séculos, sobre conquistas cruéis. Com exceções, os homens têm sido servos dissipadores que, no momento do ajuste, não se mostram à altura da mordomia. Eis por que Jesus nos legou a parábola do empregado infiel, convidando-nos à fraternidade sincera para que, através dela, encontremos o caminho da reabilitação.
O Mestre aconselhou-nos a granjear amigos, isto é, a dilatar o círculo de simpatias em que nos sintamos cada vez mais intensivamente amparados pelo espírito de cooperação e pelos valores intercessórios.
Se o nosso passado espiritual é sombrio e doloroso, busquemos simplificá-lo, adquirindo dedicações verdadeiras, que nos auxiliem através da subida áspera da redenção. Se não temos hoje determinadas ligações com as riquezas da injustiça, tivemo-las, ontem, e faz-se imprescindível aproveitar o tempo para o nosso reajustamento individual perante a Justiça Divina.
Não nos cabe particularizar e, sim, deduzir que as concepções do direito humano se originaram da influência divina, porque, quanto a nós outros, somos compelidos a reconhecer nossa vagarosa evolução individual do egoísmo feroz para o amor universalista, da iniqüidade para a justiça real.
Bastará recordar, nesse sentido, que quase todos os Estados terrestres se levantaram, há séculos, sobre conquistas cruéis. Com exceções, os homens têm sido servos dissipadores que, no momento do ajuste, não se mostram à altura da mordomia. Eis por que Jesus nos legou a parábola do empregado infiel, convidando-nos à fraternidade sincera para que, através dela, encontremos o caminho da reabilitação.
O Mestre aconselhou-nos a granjear amigos, isto é, a dilatar o círculo de simpatias em que nos sintamos cada vez mais intensivamente amparados pelo espírito de cooperação e pelos valores intercessórios.
Se o nosso passado espiritual é sombrio e doloroso, busquemos simplificá-lo, adquirindo dedicações verdadeiras, que nos auxiliem através da subida áspera da redenção. Se não temos hoje determinadas ligações com as riquezas da injustiça, tivemo-las, ontem, e faz-se imprescindível aproveitar o tempo para o nosso reajustamento individual perante a Justiça Divina.
Pelo Espírito de Emmanuel
Psicografado por Francisco Cândido Xavier
Livro - "Pão Nosso" Psicografado por Francisco Cândido Xavier
A aula se iniciou com a exibição de um filme Irariano “O silêncio”, (Sakout, 1998). Thiago trouxe o filme no intento de mostrar algumas abordagens do professor Rafel Ciccarini. Diz Thiago:
“O Rafael gosta de discutir esse tipo de filme. É um cinema no qual podemos apreciar os planos das cenas…”
Nossa turma assistiu com especial interesse o filme, que em sua simplicidade, traz algumas cenas tocantes e por vezes poéticas.
Dirigido por Mohsen Makhmalbaf, O silêncio aborda a realidade de um garoto cego, de nome Khorshid.O garoto é um afinador de instrumentos tradicionais numa oficina dirigida por um velho artesão. Korshid vive com sua mãe e tem uma vida bastante simples. A vida do menino é completamente regulada pelos ritmos e o som da música que influem em todas as ações.
A beleza da voz de uma vendedora de pães, por exemplo, encanta Khorshid. O menino diz uma frase tocante na referida cena: “Mãe, o pão dela é seco, mas ela tinha bonita voz”.
As músicas ouvidas nos seus caminhos o faz esquecer a sua própria realidade e as suas responsabilidades, como o emprego que ele tinha como afinador de instrumento. Assim, para se desculpar de atraso ao serviço, o menino disse ao patrão: “Se eu me atrasei foi por causa da música…eu sempre tapava as minhas orelhas.
Numa determinada cena, passada num ônibus, o garoto tapa os ouvidos. Outras crianças que também estão no ônibus acham estranha essa atitude. O menino diz: “Seus olhos a destraem. Se você fechar os olhos aprenderá melhor”.
Khorshid é obcecado por quatro batidas que o acompanham diariamente, quatro batidas harmonizadas de maneira que o fazem lembrar das primeiras notas da quinta sinfonia de Beethoven.
Nos seus caminhos, Khorshid é seguido por uma simpática garotinha de nome Nadirah. Nadirah, que se veste de roupas coloridas e decora as unhas com pétalas de flores, está sempre ponta a oferecer os melhores conselhos ao seu amigo e ser sua guia pelos seus caminhos confusos.
Thiago chamou a atenção para que verificássemos a questão do enquadramento e dos planos mais longos e abertos no filme. Sendo interessante que servisse de base alguns aspectos do filme para a produção de curtas, já que “O silêncio” mostra um trato diferente com relação à imagem, constrói uma linguagem própria, explorando com vigor qualidades visuais e sonoras.
Após a exibição do filme os membros de nosso grupo fizeram alguns comentários. O consenso geral era de que muitos dos aspectos do filme, e até mesmo as expressões dos personagens, por vezes apática, tinham um jeito extremamente distinto do cinema usual, o qual estamos costumados a assistir.
Todos concordaram, entretanto, que o filme tem uma mensagem universal sobre a sensibilidade. A simplicidade do cinema iraniano, com cenas ternas, próximas da natureza e com diálogos curtos, será com certeza motivo para repensarmos vários aspectos da produção cinematográfica, no intuito de fazer um cinema que consiga alcançar diversos aspectos da alma humana.
Na segunda parte da aula, Thiago explicitou os pormenores do Programa CELTX, um “processador de texto” criado especialmente para roteiros. Portanto, o maior destaque deste programa é a ferramenta para elaboração de roteiros, com intuitivos atalhos para a sua formação, que é a padrão do cinema.
O endereço para dowload do programa é
http://celtx.com/download.html
Thiago iniciou sua explanação sobre o CELTEX elucidando que, ao abrimos o programa, ele nos oferecem várias opções. No entanto, somente a parte central que nos interessaria, da questão da escrita do roteiro propriamente diata.
Foi lucidado algumas questões importantes em relação ao CELTX e exemplificou a escrita do roteiro, usando roteiros produzidos por membros de nosso grupo. Abaixo resumimos algumas da suas explicações:
- Sempre que vocês forem escrever, escrevam o título do filme (Clicando em página título)
- Deve-se sempre colocar uma tralha # na frente da indicação da cena. O cabeçalho deve vir sempre em caixa alta, tal como no exemplo #1 HALL DE ENTRADA/ INT/DIA.
- A ação é sempre o que está acontecendo na cena. O que está sendo filmado. Você faz o cabeçalho, dá enter e vai para a ação.
- Toda vez que entrar o personagem você coloca o seu nome em caixa ala.
- A vantagem desse programa é que ele tem corretor ortográfico.
- os diálogos do CELTX são colocados sempre na parte central. Já a rubrica, vai entrar embaixo do personagem. Exemplo:
(chorando)
- Cena de crédito é também é feita pelo roteirista
- Na formatação padrão, o CELTX não coloca o nome do personagem em negrito
- Em relação ao tamanho do papel, colocar o papel que você irá imprimir. O ideal é utilizar o tamanhoa A4
- Na verdade o roteiro é feito de cenas, personagens, partes do cenário, entre outras coisas. Você pode inserir antes do roteiro o perfil do personagem, entre outras informações que julgue relevante.
- O montador e o diretor têm que ter uma afinidade muito boa. Se você tem um diretor que é aberto a outras ideias facilita muito o trabalho, na hora da edição.
A aula prosseguiu com Thiago exibindo um curta intitulado “No ponto”, produzido por ele na Escola Livre de cinema. Thiago mostrou algumas curiosidades na produção do curta.
Foi mostrado também as fotografias still no processo de criação de making off. Thiago elucidou que o referido curta foi filmado em dois dias e foi bem trabalhoso.
Foi mostrado também as fotografias still no processo de criação de making off. Thiago elucidou que o referido curta foi filmado em dois dias e foi bem trabalhoso.
A aula foi finalizada com a exibição do filme “Perro Come Perro” (Cão come cão-2008), um filme Colombiano dirigido por Carlos Moreno.
O filme traz a história de um poderoso traficante de drogas de Cali, que começa a praticar maldades para vingar a morte de seu afilhado.
O filme causou um certo desconforto em alguns membros de nosso grupo, devido principamente a algumas cenas de violência exacerbada.
Entretanto, Thiago intentou mostrar com o filme os aspectos de uma montagem muito bem feita e a câmera sempre conduzindo para o interior dos personagens, de uma forma bem realista. A fotografia do filme retrata o calor e o suor de um ambiente violento e decadente. Além disso, o filme mostra uma certa questão espiritual, abordando a obsessão.
O desconforto produzido pela exibição do filme deu vazão a várias discussões produtivas, no sentido do grupo repensar o que é realmente produzir cinema ou que aspectos devemos ou não abordar no Cinema Espírita.
Helen, membro do nosso grupo, nos trouxe uma opinião bem interessante em nossa lista de discussão, que sintetiza bem essa questão da produção da arte e do cinema espírita. Reproduzimos abaixo a referida mensagem:
Eu sempre adorei filmes e assisti e assisto a todos os gêneros (exceto terror e massacre da serra elétrica). E nunca me senti afetar por eles.
Eu sempre tive para mim, que são ficção. Quando acabam, tudo se desfaz.
E eu já passo para o próximo filme, sem maiores preocupações.
De todos os filmes que assisto, eu sempre tiro alguma lição positiva.
Em alguns, ultimamente, eu sinto a necessidade de fazer preces depois.
Por aqueles que se encontravam ainda nesses contextos negativos, e por mim, para afastar-me desses contextos.
Por isso, tive uma grande surpresa, com os fatos que eu vou narrar abaixo.
Desde os 14 anos, leio as obras espíritas de André Luiz, pois, morávamos no interior e minha mãe teve a oportunidade de aproximar-se de um Sr. espírita e ele emprestou-lhe os livros da série. Ela gostou e passou para que lessemos.
Começamos de Nosso Lar, e fomos seguindo a sequencia.
Eu tive que pular dois livros: Ação e Reação e Libertação.
Eu começava a ler os livros e me sentia como o Henrique descreveu. Qdo eu insistia na leitura, chegava a ter náuseas, sentia cheiros e sentia um pavor interno enorme, sufocante. E ficava dias tendo pesadelos.
Anos mais tarde, já na faculdade, e morando em BH, tentei lê-los novamente, pois, me foram emprestados por uma amiga.
Novamente, tive essa reação violenta.
Em 2003, começei a frequentar regularmente o Grupo Emmanuel e estudar com mais profundidade e regularidade a doutrina espírita.
Como o grupo estuda muito as obras de Emmanuel e de André Luiz, lá estou eu novamente envolvida com a série. Relendo tudo.
Ao chegar nesses dois livros, empaquei de novo. Com os mesmos sintomas.
Somente agora, em 2008, quando estava sem nenhum livro novo em casa, resolvi pegar esses livros para tentar ler. Tenho a série completa na estante.
Comecei com o Ação e Reação.
Senti um desconforto inicial, com as cenas descritas pelo André Luiz, mas, consegui prosseguir na leitura e cheguei até o final do livro, simplesmente encantada e renovada com a leitura.
Arrisquei a pegar o Libertação, e hoje, considero um dos livros mais belos que eu já li na minha vida. Até digitei a prece da página 190, para fazê-la de vez em quando.
O interessante é que as descrições de André Luiz, ao longo desses livros, tanto das paisagens, quanto das sensações que ele tinha, e dos cheiros que ele sentia, eram, para mim, muito familiares, e eu tinha a sensação de conhecer muito bem aquilo tudo.
Tenho para mim, que eu devo ter sido resgatada dessas regiões, e deve ter sido coisa recente, pois, as memórias e o sofrimento ainda estavam muito vívidos na minha mente. Ao ler os livros, é como se eu revivesse aqueles contextos.
E a grande empatia que eu tive, com os espíritos em dificuldades, também foi, para mim, um fato sugestivo disso. Eu entendia claramente os raciocínios e os sentimentos deles.
Senti uma enorme alegria, ao conseguir ler esses livros.
Pretendo lê-los de novo, pois, têm muito a me ensinar.
Para mim, foi um sinal de que alguma conquista eu devo ter conseguido amealhar durante o meu processo de vida.
Não está sendo uma reencarnação totalmente perdida... (rs rs rs).
Em qualquer contexto que estejamos, seja levados por circunstancias da vida, ou pela arte cinematográfica, penso que precisamos nos esforçar para trabalharmos a sintonia mental.
Pois, a sintonia mental é nossa, e não do contexto!!!!
Por isso Jesus aconselhou a olhar, vigiar e orar.
Ele sabia dessa nossa dificuldade em manter a sintonia elevada, em todas as circunstâncias, em função do nosso nível evolutivo.
É por isso, que são os espíritos de alta envergadura que fazem o resgate de espíritos nas regiões umbralinas.
E Maria Dolores conta que foi Maria, o espírito a descer às cavernas para resgatar Judas...
Durante toda a minha vida, minha oração favorita sempre foi o Salmo 23.
E eu sempre acreditei e me amparei na parte que dizia " e ainda que eu caminhe, pelo vale da sombra e da morte, não temerei mal algum, porque tu estás comigo".
Eu sempre acreditei que Deus tem esse poder de nos "atravessar" pelas zonas de perigo, de sombras e de turbulência. Sejam quais forem.
Minha proposta de reflexão é esta: "Como eu posso trabalhar a minha sintonia com os planos mais altos, independente do contexto?"
(Seja numa "fechada" no transito, ou assistindo a um filme ou noticiário de TV...
Finalizamos nosso relato de hoje cheios de esperanças e tranquilos na certeza de que podemos tirar boas lições de todo tipo de experiência.
Abraços a todos e até a próxima.