sábado, 30 de janeiro de 2010

Roteiro – Aula 4

Nosso curso contou mais uma vez com a experiência do excelente Claúdio Costa Val.

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Nesta aula, em específico, alguns roteiros produzidos por membros de nosso grupo foram apresentados.
A aula foi iniciada com a leitura da mensagem “Coisas invísiveis”, do Livro Pão Nosso, ditado pelo espírito Emmanuel na psicografia de Francisco Cândido Xavier.

CAPÍTULO 55 - COISAS INVISÍVEIS

“Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder como a sua divindade se estendem e claramente se vêem pelas coisas que estão criadas.” 
Paulo - (ROMANOS, CAPÍTULO 1, VERSÍCULO 20.)


O espetáculo da Criação Universal é a mais forte de todas as manifestações contra o materialismo ne¬gativista, filho da ignorância ou da insensatez.   São as coisas criadas que falam mais justamen¬te da natureza invisível. Onde a atividade que se desdobre sem base? Toda forma inteligente nasceu de uma disposição inteligente. O homem conhece apenas as causas de suas realizações transitórias, ignorando, contudo, os mo¬tivos complexos de cada ângulo do caminho. A pai¬sagem exterior que lhe afeta o sensório é uma parte minúscula do acervo de criações divinas, que lhe sustentam o habitat, condicionado às suas possibi¬lidades de aproveitamento. O olho humano não verá, além do limite da sua capacidade de suportação. A criatura conviverá com os seres de que necessita no trabalho de elevação e receberá ambiente ade¬quado aos seus imperativos de aperfeiçoamento e progresso, mas que ninguém resuma a expressão vital da esfera em que respira no que os dedos mortais são suscetíveis de apalpar. Os objetos visíveis no campo de formas efêmeras constituem breve e transitória resultante das forças invisíveis no plano eterno. Cumpre os deveres que te cabem e receberás os direitos que te esperam. Faze corretamente o que te pede o dia de hoje e não precisarás repetir a experiência amanhã.

Livro Pão Nosso – Pelo Espírito de Emmanuel

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Costa Val deu início a sua exposição com a exibição de dois curtas, produzidos na Escola Livre de Cinema.
Os curtas, “O Primeiro passo”, dirigido pelo próprio Costa Val e “Quatro passos”, dirigido por Gabriel Martins Alves, mostraram personagens vivendo situações bem incômodas. Os filmes tem em comum, além do título, personagens que estão numa realidade surreal e desperadora; personagens que não encontram respostas para os seus dramas subjetivos e estão numa situação limítrofe. 
Imagem 011(2)Em “O Primeiro passo”, a personagem sofre em delírios, dentro de um cenário que relembra episódios de sua vida. Uma suposta relação incestuosa entre ela e seu pai define todo a pertubação interior da personagem. Objetos e imagens que remetem ao passado da personagem, um telefone que toca incessantemente e a vozes que lhe chamam todo o tempo, oferecem um tom pertubador ao filme.

Já no curta “Quatro passos”, a personagem, misteriosamente, acorda repetidas vezes dentro de um cenário confuso e se encontra sempre com um rapaz que lhe diz frases sem nexo.

Diz Costa Val:

O primeiro filme, tem uma estrutura redonda, misteriosa. A leitura vem de várias coisas e da vivência. São filmes bem fortes, que nos colocam numa situação incômoda, e ruídos torturantes, que nos remetem ao estado dos personagens. Ambos personagens encontram respostas. Ficamos aliviados quando eles encontram suas respostas. Vocês estão trabalhando a temática espírita. Esse filme “Quatro Passos” a estrutura é celular, a personagem acorda e sai pra rua, apénas na terceira vez é revelado o motivo. São pontos de virada que nos colocam no mesmo estado da personagem.   Novas informações nos promovem supresa e nos coloca na mesma posição do drama vivido. Esses curtas exibidos são filmes de suspense. Esta é a visão Aristotélica, é o que ocorre, por exemplo, em filmes como O sexto sentido, onde personagem e telespectador entendem a trama ao mesmo tempo. E é quando isso acontece para o personagem e o telespectador,  que temos o efeito dramático.

A aula prosseguiu com a análise de alguns roteiros de nossa turma. Costa Val analisou minuciosamente os roteiros escritos. Os roteiros em questão foram “Meimei” (de Juliana), “O pão” (de Aléxia), “O recomeço” (De Daniel), “Pequeno grande presente” (De Daniela), “Pequenas Lâmpadas humanas”, (De André) e o roteiro do nosso companheiro Fredinho que é o Pai mais “fresco” da turma e não esta podendo comparecer a as aulas por ter que dar suporte ao seu novo rebento! Que Jesus Abençõe (Estamos sentindo a sua falta!)
 
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Costa Val, criticando construtivamente nossos trabalhos, chamou a atenção para o fato de que, algumas histórias que grupo construiu estavam por demais didáticas . Diz o professor:

Temos que achar o meio termo para criar interesse no telespectador. Senão se torna algo enfadonho. O que nos guia é sempre o Pitch Line. Quando temos o Pitch line como guia temos todos o universo à nossa frente. (…)

O livro “Da criação ao roteiro” de Doc Comparatto, diz que um roteiro tem uma cara pronta pra filmar somente depois da décima reescrita. (…)

Todo personagem numa estrutura dramática se ferra. Mas ele sempre acha uma saída. Um personagem que se sacrifica por algo que ele acredita é bem melhor. (…)

Nosa colega Aléxia também comentou:

Não é o trato da escrita em si que é complicado, mas como a história vai aparecer na imagem…

Comentou querendo dizer que o mais dificil é imaginar a ação no sendo colocada no papel e nem tanto a carpintaria da escrita do roteiro.
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Costa Val prossegue:

Na nossa formação trabalhamos o logos e a palavra. Escrever para imagem e para som, necessita de um apuro técnico e criativo. Quando estamos escrevendo qualquer obra dentro de um objetivo, quremos que o telespectador admire a obra. (…)

Em relação à temática espírita, como ser menos explícito? Se eu me disponho a falar de determinado assunto é preciso conhecer deste assunto. (…) Tem que haver uma expectativa, uma apreensão. (…) Devemos analisar tecnicamente o conteúdo e perguntar smepre O QUE, ONDE, PORQUE E QUANDO. (…)

Costa Val também comentou a importância de se valorizar as cenas de transição e solicitou Imagem 013(2)que reescrevêssemos certas cenas dos roteiros, colocando alguns conflitos na ação. Alguns diálogos estavam didáticos ou literários por demais, por serem alguns, adaptações de livros. Por outro lado, alguns roteiros tinham muitos diálogos, se tornando por demais extensos. Por isso foram sugeridas algumas modificações.

Diz o professor:

Alguns roteiros ficaram por demais didáticos. Vocês tem que transformar isso em mais ações e diálogos mais curtos. Se faz preciso dividir os apontamentos em cenas bem delineadas. Eu acho que vocês precisam fazer uma reescrita desses roteiros. Na escrita do roteiro nos somos obrigados a dialogar com tudo. É importante perceber nos bons filmes o que tem informação clara e passar falsas pistas…

A aula foi finalizada com a exibição do making off do filme ”Bem próximo do mal”, de Sérgio Gomes, o Serginho, professor de técnica cinematográfica de nosso curso.

O que chamou a atenção do grupo, foi o fato de que o filme “Bem próximo do mal”, foi orçado em cerca de um milhão e meio de reais. No entanto, devido a falta de patrocínio e apoio, o filme foi produzido com R$7.000.

Serginho diz que:

“Pouco dinheiro exercita a criatividade. É um filme fiel ao roteiro, sem abrir mão da qualidade”.

ABRAÇOS A TODOS E ATÉ A PRÓXIMA!