terça-feira, 24 de novembro de 2009

Aula de Roteiro – Aula 2

Por Juliana Luiza
Vídeos: Thiago Franklin e Henrique Lisboa
Fotos: Janaína Maceira e Henrique Lisboa 


Caminhando contra o vento, num sol escaldante de quase Dezembro, nosso curso seguiu seu rumo neste Domingo, dia 22. O calor sufocante, entretanto, não foi suficiente para derreter o entusiasmo que envolveu todos os membros de nosso grupo para a segunda aula de Roteiro, com o excelente Claúdio Costa Val.

Tendo uma vasta experiência no campo musical e teatral, Claúdio tem trabalhado assiduamente como diretor, roteirista, produtor e professor, além de ator. Fundador da Parpaedo Cinevídeo, produtora que realiza curtas-metragens, vídeo clipes e produções diversas, Claúdio criou em 2003 a renomada Escola Livre de Cinema, tornando-se então diretor e professor de "Roteiro para cinema","Direção cinematográfica" e "Produção Experimental" desta instituição.
Ele, portanto, nos trouxe um pouco desta sua vasta experiência, demonstrando de maneira clara, inteligente e quase poética, todos os pormenores do processo de produção do roteiro.

Costa Val iniciou a segunda aula de roteiro, fazendo uma espécie de recaptulação da aula anterior.
Na primeira aula, que aconteceu dia 18 de Outubro, ele havia abordado a questão do próprio conceito de roteirizar um filme e comentou naquele momento alguns tópicos importantes.
Dizia ele que

"O teatro é arte do ator. O cinema e a tv são a arte do diretor.O roteiro não é o filme, é o que vai dar origem ao filme. O roteiro é uma crisálida, depois transforma-se em borboleta".

A partir daí, foi abordada a questão dos gêneros Lírico, Épico e Dramático na história das artes cênicas. Costa Val, na referida aula, elucidou de maneira tocante aquilo que seria a maior dramaturgia da história, que ficaria à cargo dos Gregos (Ésquilo, Sófocles e Eurípedes), além de Shakespeare e Moliére.
A primeira aula foi finalizada na abordagem da questão do conflito e do personagem. Segundo Costa Val, o clímax de um determinado filme acontecerá na confrontação de forças e nos obstáculos enfrentados pelos personagens, nos seus dramas pessoais e nas dificuldades que surgem em sua trajetória.

Na perspectiva do conflito e do personagem, foi dada a sequência à aula anterior. Segundo Costa Val, a relação entre conflito e personagem se traduz no próprio conceito de roteiro, já que o conflito é a chave de um roteiro e o elemento emocional.
Primeiramente, foi abordada a questão da "Idéia". Diz o professor que

"Para que tenhamos motivação para escrever um roteiro, tudo reside no quesito idéia. O roteiro é a defesa de uma idéia. A obra está a serviço de uma mensagem."

O professor ainda elucidou que toda a história se estrutura em começo, meio e fim, e que um roteiro precisa também se estruturado em algumas etapas. Neste ponto, ele citou Nietzche:

"Nunca aceite uma idéia que não tenha nenhum esforço para concebê-la.”

Um outro aspecto abordado, foram os elementos da retórica Aristotélica, que são conceituados como Logos, Pathos e Ethos.
Um bom roteiro, deve conter o Logos (A palavra, o discurso), o Pathos (O drama, o conflito do dia a dia, que vai gerando os acontecimentos) e o Ethos ( A ética, a moral). O professor também salientou que na elaboração de um roteiro, através do Pathos encontramos o nosso Ethos.
Desta maneira, através do protagonista, que o elemento central de uma trama, o roteirista terá que construir o drama (Pathos) de seu personagem dentro de uma razão, de uma perspectiva pela qual se escreve (Ethos).
O roteiro é personagem em movimento. A estrutura dramática, na visão de Costa Val se concebe através das chamadas peripécias aristotélicas. Ele comenta:

"Não existe meio termo. Ou o personagem se dá bem, ou o personagem se dá mal. Ninguém se safrifica em vão, ainda que o personagem tenha se ferrado".

O professor, na proposta de explicitar melhor a questão do conflito versus personagem, inseriu a idéia do gênero dramático dentro do conceito cinematográfico:"Quem conta a história já sabe o que aconteceu".
Para exemplificar este fato, ele deu o exemplo do filme Menina de Outro, de Clint Eastwood, tendo no elenco Hillary Swank e Morgan Freeman. Diz Costa Val: "No filme, o Morgan freeman sabe tudo o que já se passou".




Neste sentido, o autor estrutura sua trama, criando falsas pistas que vão tecendo o destino dos personagens: "A falsa pista direciona o telespectador par um lugar e na verdade é uma outra coisa".
Outro filme citado, foi o "Show de Truman", filme estrelado por Jim Carrey, com a direção de Peter Weir.
Segundo Costa Val, em "O show de Truman", o "Ethos", a idéia que queremos transmitir se concebe na crítica principal do filme, que aborda a questão do domínio da mídia e sua manipulação sobre nossas vidas.
Diz Costa Val:


"Escrever é correr riscos. O risco ocorre em todos os processos. Na obra Narrativa, é bom que saibamos de quem estamos falando para perceber a possibilidade de acertos. Podemos atingir ou não atingir outras pessoas. Se você não sabe de quem ou do que você fala, é impossível seguir no processo do roteiro".

“Em A menina de Ouro, o roteiro é todo construído numa história de superação, mas somente no final entendemos que a verdadeira crítica do filme se refere ao processo da eutanásia. Ela sofre um golpe sujo. Mas Clint Eastwood deixa que a gente conclua. Pensamos que é mais um estado de superação, mas não é somente isso."

Foi ainda comentada a versatilidade de Clint Estwood em filmes como Gran Torino.

"O Clint Estwood é um diretor econômico. Suas histórias são lineares e seguras...Não tem rebuscado. Ele vai direto ao ponto. Os roteiros que ele opta por dirigir são muito intensos e impactantes".


Neste ponto, elucidando a questão dos dramas comentados, o professor citou Lumet:

"Fazer filme sempre gira em torno de contar uma história. Alguns filmes contam uma história e nos deixam com uma impressão. Alguns contam uma história nos deixam com uma impressão e nos dão uma idéia. Outros contam uma história, nos deixam com uma impressão, nos dão uma idéia e revelam alguma coisa sobre nós mesmos e os outros.”

Ainda ao que diz respeito à questão do personagem, a visão de Aristóteles, que concebe personagem e expectador percebendo o drama no mesmo momento, foi também explicitada. Diante dos obstáculos,existe o processo do conhecimento e reconhecimento. Desta forma, o climáx da estória e dá quando o telespectador descobre com o personagem certos relances da trama de um filme.
Um exemplo, neste aspecto, foi dado com o filme "O Sexto Sentido" de Shyamalan, com Bruce Willis,onde o autor oferece pistas, que criam uma certa confusão nas idéias do personagem, mas que, como um quebra-cabeça, vão se encaixando conforme a trama avança para o final.


O professor ainda elucidou que mesmo que uma determinada estória comece com o nascimento de um personagem existe sempre ume estado anterior. Há um elipse. Entre esses dois intervalos de tempo aconteceram coisas, e essas coisas vão sendo intercalados no decorrer da história.  

"A vida do personagem vai sendo lançada em flashbacks ou em outra forma"

Foi também ofertado o exemplo de filmes que mostram presidiários, que geralmente são iniciados do momento em que os personagens "saem da prisão".
Costa Val ainda comentou sobre o fato de que a conjugação de fatores físicos, sociais e psicológicos, dentro da noção de conflito dos personagens constitui a base da formação da idéia constituinte do roteiro. Diz Costa Val:


"O personagem está em constante mudança. Alguma coisa muda para que tenha o status de protagonista".


Foi citado o exemplo do filme "Clube da Luta". Neste filme, todas as lutas que aparecem no filme têm sentido metafórico.Não estão ali pra comporem somente cenas extremamente violentas, mas ao contrário demonstram dramas psicológicos do ser humano.
Na questão da constituição do roteiro, Costa Val  elucidou que se faz importante conhecer a ligação de todos os personagens da trama, para que se possa então desenvolver a idéia.
Diz ele que se faz importante, nesta perspectiva, conhecer a relação Protagonista versus antagonista, bem como a relação dessas figuras com os coadjuvantes e componentes dramáticos, que seriam aqueles pequenos personagens que tem um papel fundamental na ação do filme.
No quadro, ele desenhou uma estrutura semelhante ao que se segue:


Protagonistas X Coadjuvantes



O professor comentou sobre as diversas facetas que moldam a estrutura dos personagens. Na questão dos Antagonistas e Protagonistas existe, portanto, todo um processo de subjetividade.
Na criação do personagem, segundo Costa Val, existem os paradigmas amoral (onde não existe certo ou errado) e Imoral.
Neste sentindo ele citou o filme "A dupla face da Lei", de Michael Mann, com os excelentes Al Pacino, Robert De Niro e Val Kilmer.
O personagem de De Niro, à princípio, é focado como o vilão, o antagonista da história. No entanto, a versatilidade da criação do roteiro é tão bem arquitetada, e a interpretação de De Niro se faz de maneira tão genial, que o telespectador começa a sentir uma certa simpatia pelo personagem. Diz Costa Val:

"Torcemos para o bandido dar certo. Não conseguimos ficar do lado personagem de Al Pacino, que se concebe na personificação da justiça, que seria supostamente o "lado bom" da trama. Esse é um filme muito rico sob o ponto de vista da construção do personagem.”



Para continuar exemplificando a questão da construção do personagem, foi ainda comentado outro filme de Michael Mann: Miami Vice. Neste filme, os personagens dos atores Jammie Fox e Collen Farrell, disfarçados, fazem o transporte de grandes carregamentos de drogas no sul da Flórida na tentativa de identificarem o grupo responsável pelas mortes de seus amigos, e com a missão de investigarem a nova ordem do submundo. E os limites irão se confundir quando os parceiros começarem a esquecer qual o caminho de volta e de que lado da lei eles têm que ficar. O personagem de Farrell opta por tudo o que ele acredita. Costa Val comenta sobre a fala do personagem de Farrell: "E agora, será que realmente o que eu faço tem que ser feito mesmo"?

Dentro deste paradigma, ele também comentou sobre o filme "Um dia de fúria", com Michael Douglas. O professor comentou que tudo na estória vai sendo lançado para a construção do drama psicológico do personagem. O filme discute como a sociedade vai nos sufocando. Michael Douglas cria um personagem de si mesmo.

"Fazer um filme é fazer funcionar várias engranagens. O diálogo do roteirista com o diretor na produção de um filme deve ser algo constante", diz Costa Val.

Em relação à estrutura do roteiro, o professor explicitou os promenores dos elementos essenciais da formatação como o cabeçalho, a rubrica e o diálogo.
A questão da rubrica suscitou algumas dúvidas na turma. Diz Costa Val que  quando estamos escrevendo um roteiro, as características físicas dos personagens, que vêm inseridas na rubrica, não necessitam de vir muito claras, com muitos detalhes. Certos pormenores da filmagem não precisam vir incluídos no roteiro. Uma ação de "pegar uma imagem em close", por exemplo, não precisa necessariamente vir escrita no roteiro.
Neste sentido, ele deu o exemplo da obra Brás Cubas, de Machado de Assis, onde o personagem não é definido claramente. Costa Val comenta: " No roteiro, eu posso ter a opção de não definir o personagem. Escrevemos fisicamente na rubrica, mas psicologicamente nunca escrevemos. É desnecessária uma descrição "parnasiana", detalhada.
Voltando à questão da idéia, o professor comenta:

"O filme mais caro e o filme mais barato da humanidade nasceram de uma idéia". 



Á partir da perspectiva da idéia, Costa Val esmiuçou  as etapas de criação do roteiro. Para tanto, ele desenhou uma espécie de pirâmide. A noção de idéia, que pode se manifestar de infinitas maneiras, fundamenta os pilares desse pirâmide:

                                                
Costa Val conceitua o Pitch Line como sendo a capacidade do roteirista de contar a história em uma frase. Ele, desta forma, citou o seguinte exemplo: "Um homem precisa atravessar o país de Norte à Sul para encontrar seu amor".
Já o Story Line é o resumo da estória, que pode ser estruturado, na visão de Costa Val, em seis linhas, como ele demonstrou na sequência abaixo:

==Começo=2linhas=========Meio=2linhas======Fim==2 linhas====

A sinopse, segundo Costa Val, é um "breve relato". Sendo assim, se traduz em uma síntese narrativa do que acontece na estória. Esta síntese, segundo professor, pode ser feita em 1/2 página. O objetivo da sinopse, segundo o professor, é portanto o de criar a unidade dramática do roteiro.
Costa Val salienta que aspectos como a localização, a temporalidade, o perfil do personagem e o decurso da ação dramática são elementos presentes na sinopse. Ele ainda elucida que o que mais chama a atenção na estrutura da sinopse é a capacidade de persuasão para atrair o telespectador.
Na estrutura do roteiro, bem como na sinopse, o verbo é estruturado sempre no presente. A ação é presente. Acontece aqui, agora.
A elaboração do argumento de um roteiro foi também analisada.Criar o argumento é incrementar, detalhar um pouco mais, explicar de forma mais completa quela idéia que era apenas um conceieto criativo na sinopse. O professor explica que no argumento "é como se você escrevesse seu roteiro em forma de conto".
Neste sentido, a unidade dramática do argumento se faz na divisão de cenas, juntamente com as ações e os diálogos desenvolvidos. Nas mudanças do personagem e no potencial dramático, a ação da trama vai se desenvolvendo.

Temos então, segundo o professor, a estrutura clássica dos roteiros:

===Primeiro ato===Segundo ato(ponto de virada)====Terceiro ato====
O primeiro ato se traduz na exposição do problema. O Segundo ato é ponto da virada, ou seja, a complicação do problema. E o terceiro ato é o clímax atingido.
Para exemplificar esta tríade, Costa Val cita a sequência ação, tempo e lugar, de Aristóteles. A ação cinematográfica, metaforicamente, se daria então no espaço imaginário de um dia.
A aula seguiu com a exemplificação de alguns "Pitch Lines" produzidos por membros de nosso grupo como tarefa da primeira aula.

Foi elucidada também a questão da adaptação cinematográfica. Segundo Costa Val, existem cinco graus de adaptação
1- Fidelidade absoluta à obra: Os diálogos criados traduzem a essência da obra
2- Livre adaptação: São feitas algumas alterações na obra original.
Neste ponto, Costa Val citou o excelente Romeo e Julieta de Barz Luhrman, com Leonardo DiCaprio e Claire Daines, onde o cenário da tragédia de Shakespeare é transferido para uma surreal "Verona Beach".


3- Inspirado em: Não precisamos ser tão fiéis à obra ou à vida da pessoa,
4- Baseado em: O personagem continua com a sua moral, as principais características da obra são preservadas. No entanto o clímax da trama pode ser mudado.
5- Recriação: A obra é recriada completamente com uma outra visão, ou outra proposta. Um exemplo dado pelo professor, foi o do filme Crepúsculo que pateticamente recriou as características do Conde Drácula, personagem tradicional do cinema clássico.

Claúdio Costa Val concluiu sua excelente exposição exibindo o curta metragem “À Espera”.
O filme, de gênero dramático foi assumidamente inspirado em filmes de Faroeste, ou pelo menos, numa das situações de duelo. Com o curta, podemos visualizar a questão do "Ethos" no cinema. No caso do filme em questão, a moral da estória é o fato de "Os homens sempre morrem".




Nossa aula foi finalizada por um excelente estudo, incrementada com um aúdio do livro "Sexo e Destino", de André Luiz. Thiago Franklin trouxe para o nosso grupo um trecho do audiobook do referido livro, que foi produzido pela LBV.
Pudemos, desta maneira, fazer uma comparação da estrutura do diálogo procedente da obra literária, com a estrutura do diálogo procedente do áudio. A estrutura da trama, foi mostrada de maneira bem complexa, através de uma escaleta dos personagens desenhada no quadro.
A concepção dos diálogos e da trama do áudiobook demonstrava uma proposta de informar e fazer uma reflexão sobre os diversos dramas da alma humana.
O sentimento que se notou na maioria dos participantes do curso, foi que aquele tipo de condução narrativa de roteiro, poderia se conceber numa inspiração para as futuras produções do grupo. No seguinte link, se faz possível ouvir inteiramente o aúdio de "Sexo e destino":





Caso goste da “Rádio novela” Sexo e Destino, ela pode ser encontrada nas livrarias espíritas. 




Abaixo, o cameracast do hilário Henrique, um dos mais versáteis e divertidos membros do nosso grupo:



Finalizamos neste instante essa humilde narrativa com uma breve mensagem de Emmanuel:
O Espiritismo é um Templo
Meus amigos, que as Forças Infinitas do Bem vos concedam paz espiritual nas estradas purificadoras do mundo.

Antes de encerrardes a vossa prece, ergo meu pensamento ao Divino Mestre, rogando a Ele vos esclareça a mente e fortifique o coração.

O Espiritismo é atualmente um templo aberto à fé, uma oficina que se oferece ao trabalho salvador e uma escola que se institui à abençoada preparação das almas.

Sob qualquer prisma, faz-se necessário o esforço próprio em vossa matrícula espiritual.

Como crentes, devereis cultivar a fé viva; como operário, necessitais de testemunho e movimentação; como aprendizes, não podeis dispensar a observação, o estudo e as provas necessárias.

Escolhei, portanto, aí dentro o vosso caminho. No limiar do templo, da oficina, da escola, encontrareis Jesus Cristo.

Aceiteis a Sua custódia Divina e entregai-vos a Ele no Serviço Superior da vossa renovação.

Não temos diante de nós uma batalha dogmatica e, sim, unificação no Senhor.

Que o Espírito Divino vos inspirem, pois, em vosso estudo, que é
indispensável, amparando-vos a cada um nos problemas que vos são peculiares, são os votos do vosso irmão ao dispor.

Autor: Emmanuel

Psicografia de Chico Xavier. Do livro: Mentores e Seareiros

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Direção de Fotografia - Aula 2

Por Thiago Franklin
Fotos: Janaína Macieira, Joana e Henrique Lisboa
Vídeo: Henrique Lisboa

Luz, Câmera, Ação!

Sergio Gomes ou Serginho, este é o nome da fera que nos deu o prazer da aula deste domingo quente em Belo Horizonte. Uma aula de regência das luzes na direção de fotografia.


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( Sergio Gomes )
Na primeira parte da aula assistimos um filme (documentário) "Iluminados". Longa metragem que revela o olhar sobre a fotografia de cinema pelas lentes de alguns dos maiores profissionais da recente cinematografia brasileira. Dib Lutfi, Edgar Moura, Fernando Duarte, Mario Carneiro, Pedro Farkas e Walter Carvalho imprimem um pouco de sua história como fotógrafos e refletem sobre seus trabalhos, dos diretores, do seu cinema em particular e do que a sétima arte representa para o mundo.
 
( Trailer do filme: Iluminados )


Serginho através de uma critica construtiva foi navegando pelo filme e mostrando os pontos fortes de cada um dos diretores apresentados a turma neste belo documentário, vale a pena assistir.
Como estávamos no estúdio da CINEVIDEO ( abrimos aqui um parêntese para agradecer ao FEU e sua equipe por nos ter cedido um período para que esta importante aula pudesse ser realizada. ) tivemos uma aula pratica de como podemos utilizar a luz para criar. Estamos longe da realidade dos estúdios de Hollywood, mas Serginho assim como todos os outros mestres convidados a dar aula para esta turma nos deu o caminho das pedras, mostrando o que podemos realizar no cinema com poucos recursos.
 
Videos com alguns exemplos! 


Utilizando alguns fresneis, Sanguns, kinofloods, bandeiras e filtros full Blue, podemos ver alguns exemplos do que a imaginação e uma boa pratica pode fazer.
( Alguns Equipamentos )
Alguns Equipamentos








Kinoflood







Fresneis e Sungun




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 Bandeira
 
 
 
 
 
 
 
Pelas Lentes do nosso querido FRED!
 
E como não poderia faltar algumas fotos da galera animada!
 
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Theozinho e Theozão


Daqui pra lá! rsrs
Dani, Joana, Fred, Thiago, Romario, Theozinho, Helen



Henrique, Serginho e Theozão ( Na TV )
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Fred pulando feito Sapo!
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Efeito feito com um Fresnel
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O Filho de 3 Sombras!
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O Pai Sombra!
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Não que eu Goste de aparecer, a foto é apenas pela camisa!
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O Pai Sombra 2!
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Theo comparilhando seu conhecimento como Produtor!
Momento autista do Henrique!

 
Foi uma aula de primeiro contato com as Luzes do Cinema, lembrando que sem luz a escuridão é certa, no cinema a luz é a responsável por imprimir na película a imagem iluminada na frente da câmera. Pedimos a Jesus nosso querido mestre que faça luz sobre essa turma que foi "Ajuntada" para este empenho de levar a Luz da Doutrina espírita as telas do cinema, das Tvs, da Internet e de tantas outras tecnologias que por ai virão. Esperamos de coração que outras turmas com o mesmo propósito surjam por ai.

Quando estava editando este post para o blog me lembrei de uma prece do espírito Emmanuel que esta no prefácio do livro "Ceifa de Luz", que nos fala sobre a necessidade de se pedir a orientação de Deus em todos os aspectos de nossas vidas, e com ele ofereço este Post aos verdadeiros amigos que reencontro neste curso de Cinema.

PRECE POR LUZ
Senhor!...

No limiar deste livro, estamos em oração, rogando-te mais luz por acréscimo de misericórdia.

Clareia-nos o entendimento, a fim de que conheçamos em suas conseqüências os caminhos já trilhados por nós; entretanto, faze-nos essa concessão mais particularmente para descobrirmos, sem enganos, onde as estradas mais retas que nos conduzem à integração com os teus depósitos.

Alteia-nos o pensamento, não somente para identificarmos a essência de nossos próprios desejos, mas sobretudo para que aprendamos a saber quais os planos que traçaste a nosso respeito.

Ilumina-nos a memória, não só de modo a recordarmos com segurança as lições de ontem, e sim, mais especialmente, a fim de que nos detenhamos no dia de hoje, aproveitando-lhe as bênçãos em trabalho e renovação.

Auxilia-nos a reconhecer as nossas disponibilidades; todavia, concede-nos semelhante amparo, a fim de que saibamos realizar com ele o melhor ao nosso alcance.

Inspira-nos, ensinando-nos a valorizar os amigos que nos enviaste; no entanto, mais notadamente, ajuda-nos a aceitá-los como são, sem exigir-lhes espetáculos de grandeza ou impostos de reconhecimento.

Amplia-nos a visão para que vejamos em nossos entes queridos não apenas pessoas capazes de auxiliar-nos, fornecendo-nos apoio e companhia, mas, acima de tudo, na condição de criaturas que nos confiaste ao amor, para que venhamos a encaminhá-los na direção do bem.

Ensina-nos a encontrar a paz na luta construtiva, o repouso no trabalho edificante, o socorro na dificuldade e o bem nos supostos males da vida.

Senhor!...

Abençoa-nos e estende-nos as mãos compassivas, em tua infinita bondade, para que te possamos perceber em espírito na realidade das nossas tarefas e experiências de cada dia, hoje e sempre.

Assim seja.

Uberaba, 29 de Agosto de 1972
Emmanuel

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Captação de aúdio e tratamento acústico – Aula 1

Por Juliana Luiza
Fotos: Janaína Macieira
Vídeo: Thiago Franklin



A aula do último Domingo, dia 8 de Novembro, foi abrilhantada pela simpática figura de Leossom.
Tendo produzido o som de vinte e dois curtas e dois longas, formando em Mecânica, Eletrônica e Engenharia Elétrica, Leonardo tem se focado em captação de áudio para Cinema e vídeo.
Ele trouxe um pouco de sua experiência para o nosso grupo, resumindo de forma divertida e objetiva os pormenores da utilização do som e captação de áudio no cinema.

Leo conseguiu demonstrar que é possível produzir cinema com irreverência, inteligência e simplicidade, utilizando materiais e equipamentos de baixo custo,  incrementando tudo à tecnologia e à programas inovadores.

A  importância da preparação acústica foi bastante elucidada, com o propósito de demonstrar um projeto para evitar a entrada de sons externos ao ambiente e para evitar a saída de sons para o exterior.
Neste sentido, ele apresentou o conceito de "blimpar" e a utilização de diversos materiais que funcionam como revestimentos acústicos. Blimpar, segundo Leo, significa construir uma barreira sonora eficaz, que realmente evite a passagem de qualquer frequência sonora pelas paredes dos ambientes.
Leo comentou, entre outros materiais, sobre o "Sonéx"---uma espécie de espuma quebrada que funciona como uma forma de revestimento de "placa acústica".
Segundo ele, o tratamento acústico que deve ser feito em determinados ambientes deve levar em conta a questão do tamanho da sala, que é tratada com material fonoabsorvente.




A aula também foi entremeada de várias demonstrações de possibilidades de sons, em diferentes locais, com desenhos feitos pelo próprio professor na lousa.
 


( Desenho de funcionamento do microfone )

Em lugares grandes, por exemplo, segundo ele, não adianta colocar absorção acústica. Leo desenhou no quadro uma espécie de persiana dupla que ele teria usado em um teatro grande.


Outro exemplo foi citado por ele ao comentar sobre um auditório, onde se fazia possível colocar vários painéis com forma de onda. Leo comentou que "a onda sonora consegue atravessar o que está perpendicular, mas não o que está oblíquo. Nesse auditório, portanto, não reverbera-se mais. Existem várias barreiras verticais. As arestas funcionam como um rebaixamento do teto. Todo som que bate no teto "morre ali".
Segundo Leo, estas salas, dotadas de materiais de absorção são chamadas "sala secas".  O professor também elucidou: "Quanto mais material fonoabsorvente for inserido, maior é a densidade da absorção. Quanto maior a frequência, menor a frequência da onda. A reverberação é feita por frequências mais altas.".


Leo explicitou ainda a definição dos diversos tipos de microfone e a estrutura material de cada um deles.
Os microfones mais utilizados segundo ele, estão em três categorias: microfones omni-direcionais; microfones bi-direcionais e microfones direcionais. Os microfones direcionais, se subdividem em cardióides, supercardióides e ultracardióides. 
Foi também comentado em relação aos microfones que existem movimentos específicos para o cinema e outros específicos para o teatro.

    Leo mostrou vários áudios de filmes os quais ele "trabalhou o som", analisando os aspectos da produção sonora em determinados ambientes. Ele mostrou algumas cenas que foram produzidas dentro de um carro "blimpado".
    Foi também comentada uma cena gravada no restaurante "O topo do mundo", de Belo Horizonte. Segundo Leo, pelo motivo deste restaurante ter um tamanho imenso foi necessário também usar o blimp, para que não houvesse nenhum tipo de eco.
    Leo também comentou sobre o fato de nesta cena do restaurante, usar somente 6 microfones.
    Ao ouvir o aúdio, tivemos a impressão de que o ambiente em questão estava lotado. O que construiu esta impressão de "ambiente lotado", segundo o professor, foram as posições estratégicas que ele colocou os chamados "Microfones sorvete".
    Além disso, a edição na mesa de som permitiu desenhar o som ao vivo. Ou seja, foi possível arquitetar um ambiente de pessoas falando ao fundo. Segundo ele, haviam apenas seis pessoas conversando,
    Leo neste instante disse, com seu jeito irreverente: "Eu geralmente chego no set com esses Microfones sorvete e as pessoas não acreditam no que eu posso fazer com eles."




    Portanto, de uma forma simples e barata, com microfones que segundo Leo custam menos de 100 dólares, ele conseguiu fazer uma produção excelente.

    Um fato inusitado e curioso, é que Leo carrega sempre com ele o "Nelson Ned". Esse não é o psicodélico cantor...mas se trata de um suporte de microfone, que ele costuma tratar carinhosamente.

    Foi também apresentada a noção de "tratamento de áudio". Mostrando o gráfico no projetor, Leo demonstrou que alguns sons ocupam espaços indesejáveis em determinadas cenas, e então necessitam uma edição. Ele comenta:
    " Eu posso tirar o ruído do som. O som digital te permite tratar o som de outra forma. Um mundo de possibilidades se abre pra você, à partir do momento que você pode trabalhar esse som em pedacinhos. Você pode tirar uma boa parte do ruído".




    Leo comentou sobre uma cena gravada em um ginásio, que ele havia mostrado no aúdio:
    "Usamos dois microfones dinâmicos perto da pessoa. Estava chovendo e eu consegui tirar o barulho da chuva".O programa que realiza essa "limpeza" em relação aos ruídos é chamado audition.

    Desta forma, na demonstração do equalizador do programa "audition", o professor explicou que se pode arquitetar diversas possibilidades de edição.
    Ainda em relação à questão dos ruídos, foi demonstrado através de um aúdio, um esquema de gravação feito numa rua praticamente sem ruído.
    Leo explica, através de um desenho: "A menina deitada no chão é esfaquiada. Coloquei o Nelson Ned à mais ou menos uns dois metros dela. (...) Você percebe a ambientação esteriofônica da cena. Então, com o tempo eu aprendi a entender os microfones tal como se eles fossem um foco de luz".


    Um tópico importante levantado por ele foi sobre a chamada "Whisper room". A Whisper room se trata de uma sala onde se grava o aúdio de cenas que foram recém gravadas. Leo comenta sobre essa sala: "O cara acabou de falar e na mesma hora você o leva para whisperer room para gravar a mesma sequência em aúdio."
    A gravação deste aúdio pós filmagem se faz importante, pois em muitos casos, o aúdio da cena original não ficou satisfatório e precisa ser "tratado".
    Leo citou uma experiência de filmagem que utilizou como "Whisper room" uma sala improvisada no prédio do Icbeu em Belo Horizonte, onde uma sala repleta de livros foi adaptada para regravar as cenas.


    Foram também demonstrados todos os pormenores da utilização da mesa de som e seus diversos tipo de controle. Todos do nosso grupo, puderam testar diferentes possibilidades de áudios.


    Leossom comentou de início sobre o desenho de aúdio. Alguns alunos andaram ao redor da sala, com o microfone na mão, a fim de demonstrar a questão do movimento do microfone e sua relação com o movimento humano. Os alunos testaram a voz no microfone e pode-se perceber a diferenciação entre agudos e graves e a produção de vozes "secas" ou "leves.



    Manuseando de forma experiente a mesa de som, Leo "brincava", aumentado e diminuindo timbres vocais.
    Fazendo uma demonstração de aúdio com o seu familiar microfone sorvete, Leo comenta sobre a mesa: "O microfone sorvete pega tudo. É um microfone impressionante. A grande vantagem de se ter uma mesa é que você pode fazer esses desenhos: impostar, esvaziar a voz do ator....voce pode colocar eco".

    Um momento interessante de nossa aula foi a gravação de um aúdio do livro "Missionários da Luz", de André Luiz. A gravação foi feita por Romário e Theo, que emocionaram a platéia com seus timbres carregados de emoção.
    Leo intencionava demonstrar com essa gravação a questão do posicionamento dos microfones.
    Segue abaixo o aúdio com imagens de trechos da aula de Leossom. No vídeo o professor mostra captação com 2 microfones, mudança de posição e mudança do PAN na mesa de áudio.

    Curta-Metragem
    A aula foi finalizada com  exibição de um tocante curta metragem produzido na Escola de Cinema por Thiago Franklin.
    O aúdio do referido filme foi feito por Leossom um dia antes, no Sábado. O filme tratava de uma situação vivida em um ponto de ônibus, local onde, por pressuposto, e de acordo com o que o filme sugere,  simbolicamente as pessoas não percebem as outras pessoas que as cercam.
    O barulho dos ônibus mostrados no filme foi citado. Segundo Leo, havia uma garota sentada deixado do banco do ônibus, com um microfone posicionado para captar os sons ao redor.
    Leo comentou que o filme seria um bom exemplo da utilização do microfone direcional. Ele comentou: "O microfone isola bem o som que está no foco dele".

    Uma breve reflexão
    Deixando por hora a questão técnica da aula, gostaríamos de finalizar nosso texto
    fazendo uma espécie de reflexão.


    Neste instante, poderíamos, quem sabe, fazer um paralelo surreal sobre a questão dos ruídos elucidada por Leo e a questão "do não perceber a realidade ao redor", que o curta metragem demonstra.

    Não percebemos os ruídos, ou fingimos não ouvi-los? Não percebemos as pessoas ou não fingimos vê-las?
    Leossom comentou que, pelo fato de estar muito tempo trabalhando nesta área de captação de aúdio, seu ouvido tem sido de certa forma treinado e ele consegue perceber os barulhos que rodeiam o mundo...
    Segundo ele, geralmente as pessoas se acostumam ao grande número de ruídos e não percebem mais os sons.
    O fato é que a questão da percepção poderia provocar severas reflexões a todos que assistiram a aula do último Domingo.
    À partir da aula de Leossom os ruídos talvez nunca mais sejam os mesmos para os membros de nosso grupo.
    E, o curta metragem também poderia nos conduzir à uma crítica severa sobre o modo de agir humano, que desdenha toda a realidade ao seu redor, se perdendo no seu mundinho limitado e interior...

    Bate Papo com Emmanuel-Renúncia
    Logo após a aula, muito dos membros do nosso curso se encontraram no C.E Manuel Felipe Santiago, no bairro Santo Antônio, onde aconteceu o evento "Bate Papo com Emmanuel".
    Abaixo segue os vídeos, produzido pela mocidade do Manuel Felipe para o Bate Papo.

    Renuncia: Parte 1


    Renuncia: Parte 2


    Making-of


    Musica: Estrela


    Musica: Alcíone


    Musica: Sonhos de Amar

    O curso cinema espírita segue seu rumo e vem ampliando nossas percepções sobre diversas facetas da vida e de além vida...
     
    Abraços a todos e até a próxima

    segunda-feira, 2 de novembro de 2009

    História do Cinema – Aula 2

    Por Juliana Luiza
    Fotos de Janaína Macieira  

    A segunda aula sobre a história do cinema, foi abrilhantada pela excelente bagagem do professor Rafael Ciccarini, um dos nomes mais conceituados da cena cinematográfica de Minas Gerais.

    Ciccarini é o atual editor do site Filmes Polvo, site especializado em crítica cinematográfica, e é também um dos mais conceituados professores da Escola Livre de Cinema.
    Ele resumiu com maestria e genialidade, os pormenores de mais um capítulo da história do Revolucionário cinema Russo e de outros capítulos da história da sétima arte, como o surrealismo da vanguarda francesa, o surgimento dos documentários e a chegada da era Ouro de Hollywood.  

    Esta foi também uma aula de contrastes, entremeada pela trilha sonora dos gritos dos torcedores do Clube Atlético Mineiro, que para tristeza dos cruzeirenses, extravazavam sua alegria pelas rua dos centro da cidade de Belo Horizonte gritando e urrando: "galooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!!!" 
    Se fazia visível o semblante de preocupação de alguns rapazes atleticanos do grupo, inclusive o caríssimo professor, que fazia o possível para não prestar atenção nos estentóricos gritos....
    Os gritos atleticanos não foram capazes, entretanto, de ofuscar o conteúdo da aula e contrastavam,desta forma, com a atenção dos alunos, que estupefatos e silenciosos, tentavam captar ao máximo os ensinamentos da Bíblia da sétima arte Rafael Ciccarini.




    Rafael iniciou a aula resumindo o cinema Russo como sendo um dos mais importantes movimentos cinematográficos de todos os tempos, e como sendo um dos mais importantes movimentos dos anos 20.
    O cinema desta época, segundo o professor, foi incentivado pelo partido Bolchevique,e serviu como uma espécie de propaganda ideológica dos preceitos de Lennin.
    Sergei Eisenstein, segundo Ciccarini, trouxe a idéia da montagem dialética para o cinema.Ciccarini comenta:
    "Portanto, o cinema Russo passa neste momento, a ser gerador de idéias. O montador portanto, cria o sentido do filme. Eisestein estuda cada plano minuciosamente e começa a ver os conflitos internos de cada plano. Cada corte vai sendo pensado em uma gama de conceitos."
    "Para os Russos nesse momento, o cinema não é um lugar para contar história, mas para construir".  

    Mas até o futebol foi esquecido nas chocantes cenas mostradas em um trechos dos filmes de Eisenstein como "A greve" e O encouraçado Potemkin", este último considerado como sendo a obra prima do cinema Russo.
    Abaixo, cenas de "A Greve":  


    Como demonstrado no vídeo, A GREVE recria brilhantemente a greve que ocorreu em 1912 na Tsarist Russia, num conflito entre operários e policia.    
      
    Ciccarini exibiu uma das marcantes cenas do filme, onde Eiseinstein compara, através da montagem, a matança de pessoas à matança de gado. Os "soldados sem rosto" e desumanizados, eram a tradução da opressão do poder.

    Um dos pontos altos da aula deste Domingo, entretanto, foi a exibição da cena do "massacre na escadaria", cena do clássico "O encouraçado Potemkin", outra obra prima de Eisenstein. Esta cena oferece tambem uma idéia da opressão do poder e oferece uma excelente visão para a idéia de choque e de conflito.
    Algo interessante comentado por Ciccarini foi o fato de Eisestein oferecer uma "crítica ao protagonista". Não existe um ator principal, mas sim uma "classe protagonista". Ainda segundo o professor, os personagens de Eisestein não são belos, tal como se convencionou a mostrar no cinema hollywoodiano, mas são sim, ao contrário, pessoas com rostos sofridos e expressões comuns, que são mostrados com destaque.

    Confira abaixo cenas do citado filme:

     
    Ciccarini comentou:"A cena demonstra que o resultado da Greve foi ineficaz. A senhora vai falar com os soldados. Os corpos estão margiando os personagens...A personagem vai ficando cada vez menor, caindo em meio às sombras".

    No que diz respeito ao cinema Russo, o professor ainda elucidou a figura de Dziga Vertov: "Vertov trouxe a idéia da câmera como o olho humano. Nesta perspectiva, fatos da vida são colhidos pelo cinema (cinefato).Vertov posuía uma concepção radical, reveladora da verdade e negadora da ficção".
    O professor ainda abordou o surrealismo da vanguarda francesa, que se deu em um momento que os artistas extrapolaram o limite da razão.
    Ciccarini elucida que o "artista surreal tem o extinto puro da criação. O que inspira este artista é sempre a chamada inspiração primeira".  

    A exibição de um trecho de O Cão Andaluz (1929) de Luiz Bunuel causou um certo espanto no grupo. Alguns consideram as cenas como sendo "bizarras". Ciccarini disse que este seria o filme mais exibido da história do cinema: "O filme se traduz numa espécie de provocação e não faz sentido lógico-racional, mas demonstra algo que não se consegue verbalizar. Este estilo se traduz, portanto, como sendo um paradigma do surrealismo", diz o professor.  Confira abaixo trechos do filme:



    Ciccarini finalizou a excelente aula com uma elucidação sobre clássicos documentários. Segundo o professor, o documentário é um discurso cinematográfico à partir do real. Portanto, a encenação sempre vai acontecer neste gênero.
    O momento mais marcante desta aula foi talvez a exibição de trechos do clássico documentário Nazista "O triunfo da vontade" de Leni Riefenstahl.  O trecho que mostra Hittler sendo ovacionado pela multidão, que eufórica enaltecia sua figura como sendo um messias, causou espanto e estupefação na nossa platéia. Segundo Ciccarini, este filme ajudou a construir o modelo de como "se deveria receber o Führer". O professor comentou que tudo se traduz tal como um filme de terror. O filme é mostrado milimetricamente, focando na expressão das pessoas e nas crianças sorrindo.
    A cena de Hittler ganhando um bouquet de Rosas de uma senhora com uma criança nos braços, segundo o professor, é um claro exemplo da mistura de realidade e encenação.  
    Assista abaixo a primeira parte de "O triunfo da vontade":



    Ciccarini ainda comentou sobre o realismo poético francês, onde a volta do real, favorece artistas ousados como Jean Cocteau: "No realismo poético, imagens metaforisam o ato de sofrer. Busca-se a beleza máxima de cada plano. Jean Renoir (filho do pintor e mito Pierre August Renoir),que se revela como sendo um dos maiores cineastas franceses da história, foi um dos nomes marcantes deste período que seu deu na década de 30. Suas obras mais famosas são "A grande ilusão (1937), A Besta Humana (1938) e "A regra do jogo" (1939)".

    O professor, finalizando a aula, elucidou a hollywood nascente, na formação da indústria e dos gêneros cinematográficos. Conceitos como o "estúdio system", a superexposição e a glamourização através do "star system" e conceito industrial por trás da festa do Oscar, foi comentado com entusiasmo por Ciccarini.
    Nomes lendários como Frank Capra, que com filmes como "Aconteceu naquela noite" e Walt Disney, com seus clássicos longa metragens animados como "A branca de neve" e "fantasia", foram também elucidados. Os clássicos Westerns de John Ford como "As vinhas do Ira" e "O homem que matou o facínora" foram também comentados.
    Ciccarini ainda comentou sobre a comédia ligeira de Howard Hawks, que produziu os filmes "Jejum do amor" e "Levada da breca.
    O terror americano, que segundo Cicarinni tem um teor mais leve. também foi apreciado, especialmente nos sobre os filmes dos Irmãos Marx como "Gênios da pelota" e "Diabo à quatro"

     

    A excelente aula de Ciccarini terminou deixando mais uma vez muito um rastro de muito conhecimento e aprendizado a todos os membros do grupo.  
    A nossa aula deste Domingo foi finalizada com uma maravilhoso estudo sobre arte espírita, que foi feito por Adriano Alves, um nome marcante do perfil da arte espírita Belo Horizontina.  




    Adriano explicitou que através de Kardec, aprendemos que “O que de sublime na arte é a poesia do ideal, que nos transporta para fora da esfera acanhada de nossas atividades.”
    Adriano comenta que a arte presta culto à Deus e à liberdade, por isso a arte espírita é muito maior do que mostrar certos esteriótipos. Segundo o palestrante, nesta arte deve existir o ideal da ética, o ideal do equilíbrio, e um ideal maior que se traduz no ideal de Jesus. Enquanto o homem permanecer no materialismo, ele não conseguirá alcançar a idéia de arte.
    Um frase dita por Fred, talvez resuma todos comentários sobre o assunto arte espírita. MAIOR QUE O AMOR À VERDADE É A VERDADE DO AMOR.



    Fred fazendo pose....Destaque para o seu topete Elvis Presley

    Portanto, os comentários gerais de todo o grupo, concluíram que a técnica deve ter ser usada principalmente em favor da mensagem, em favor de um ideal maior....
    Ficamos pro aqui....
    Até a próxima aula...!