quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Aula de Roteiro – Aula 3

Por Juliana Luiza
Fotos: Thiago Franklin, Henrique Lisboa, Janaina Maceira, Theo.

A terceira aula de Roteiro, que contou novamente com a experiência do mestre Cláudio Costa Val, teve como trilha sonora uma fina garoa de quase verão. A aula foi iniciada com a exibição das primeiras cenas do filme Smoke (Cortina de Fumaça), escrito por Paul Auster e dirigido por Wayne Wang.
A intenção era demonstrar como a relação entre os personagens de uma determinada história pode delinear vários conflitos.



A conexão se dá entre os três personagens principais do filme, interpretados por Haivel Keitel, Willian Hurt e Harold Perrineu Jr. (Harold, ainda criança no filme, é o mesmo ator que interpretou Mercucio no filme Romeo e Julieta, de Barz Lurhmann).
Neste sentido, várias histórias são descritas concomitantemente, através de diversos personagens.
O personagem de Keitel, é um gerente de uma tabacaria do bairro do Brooklyn, na cidade de Nova York.
E ele, diariamente, tem o hábito de tirar uma foto deste local. Já o personagem de Willian Hurt, um escritor que não consegue escrever desde que sua esposa foi assassinada, é um cliente assíduo da sua tabacaria. Por outro lado, o personagem de Harold Perrineu está numa busca constante por seu pai, vivido pelo excelente Forest Whitaker. Diz Costa Val:

"O personagem Paul Bejamim (Willlian Hurt), vai construindo uma obra da vida dele. Ele está construindo uma obra para posteridade. Uma exposição permanente".

Portanto, nesta perspectiva, os personagens começam a se encontrar por causa desse incidente. De acordo com Costa Val, desde a primeira imagem, os diretores vão contextualizando a ação. Desta forma o professor elucida como a relação do segundo personagem muda a relação com o terceiro personagem.
Costa Val comenta: "Nós não sabemos efetivamente o que os dois conversaram na lanchonete, mas sabemos que o menino tem um problema. Os dois se unem para ajudar o menino.Cada história tem seu universo diegético particular. O professor ainda salienta que nos dez primeiros minutos do filme, temos uma história comum, cotidiana. Diz Costa Val: 
"O filme vai muito direto nas questões que ele deve abordar, mostrando pequenos relacionamentos cotidianos. O filme demostra que nós não somos nunca que nós revelamos que somos. Sempre há uma pessoa boa, por exemplo, atrás daquele pessoa que aparentemente não quer nos dizer nada".


Abaixo o trailler do referido filme:


A exibição do prólogo do filme na aula, demonstrou que em poucos minutos o autor nos apresenta o universo da tabacaria. Primeiramente, começa tendo como plano o metrô de New York, acom as  torre gêmeas ao fundo. Segundo Costa Val, o filme vai sendo arquitetado tal como um processo de organização mental:
"Construir uma história narrativa é como pintar um quadro. A gente planta no decorrer da história uma semente que lá no final da história vai florir. Mas no caso do quadro, temos o começo, meio e fim ao mesmo tempo.Se nós estamos criando algo é bom que entendamos. A criação é algo impreciso, mas temos que correr o risco. Por isso temos que nos rechear de informações. Os roteiristas, como no caso do filme em questão, certamente construíram os personagens"

Neste sentido, para ilustrar a questão sequencial dos roteiros, Costa Val cita Macbeth, de Willian Shakespeare com a frase "Tomorrow, tomorrow, tomorrow.....", simbolizando desta forma uma uma idéia de prosseguimento e simbolizando a relação sequencial das cenas. Assim, os elementos que são introduzidos vão criando uma estrutura sequencial, com pequenos diálogos, que vão criando a base da narrativa. No caso do simbolismo da fotografia no filme por exemplo, diz Costa Val ser um exemplo de um elemento constituinte da trama narrativa, que pode ser importante para história ou não.
Diz o professor que tudo se revela numa espécie de estudo capitular."Se tem o um vai ter pelo o menos o dois, se tem o dois, vai ter o três..."- elucida Costa Val.
Neste sentindo, configura-se uma conexão com a questão da macroestrutura na estrutura organizacional de um roteiro. Salienta Costa Val: 
"A idéia, o pitch line vai alimentando-se do drama de nossos personagens. Um personagem na ficção e outro que está na rua são personagens. Existem os dramas do cotidiano. Aí é interessante quando começamos a construir os personagens com seus dramas e limitações, tomando como base esses esteriótipos.Na peça de teatro ou num filme, temos que conceber bons personagens".

Macroestrutura
Costa Val também  sintetizou a questão da macroestrutura. Segundo ele, existe a obra narrativa, que se concebe na unidade dramática. Essa unidade dramática é dividida em cenas, sequências e planos.
Assim, a macroestrutura sustenta tudo isso, ou seja, é o esqueleto que sustenta a história.
O esqueleto da macroestrututra se resume nas maneiras com as quais o autor conta para desenvolver sua estória. Isso é o que vai levar adiante a sua narrativa.



O professor salienta que existem quatro formas clássicas inseridas no processo da macroestrutura:

1. Narrador:
É a maneira como o autor sustenta a história. Diz Costa Val que o genêro épico, por exemplo, depende sempre de um narrador. As obras Elíada e Epopéia demonstram exatamente isso. O coro grego clamava por uma explicação.  Neste sentido, o narrador sempre sabe o que aconteceu, já sabe de tudo, pois ele viveu a história.
Neste instante, para exemplificar a questão do Narrador, Costa Val citou o filme Forrest Gump de Steven Spielberg, com Tom Hanks e Matt Damon. Segundo ele, neste filme, o narrador nos descreve a história:
"O filme é a história. Não há diferença entre conflito e personagem. Nas três horas de exibição do filme, o narrador está presente 95% do tempo"

2. Legendas: Tem múltipla função e são divididas em capítulos, a partir que a história se concebe. A legenda tem a tendência de introduzir o telespectador imediatamente na história.
Para exemplificar a questão das legendas, ele deu o exemplo dos épicos cinematográficos, que são geralmente baseados em episódios históricos.
Neste sentido, Costa Val citou o filme "Gladiador" que se inicia com a Lenda "50 A.C". Costa Val salienta que com a legenda, imediatamente, você já está introduzido na história. Ele ainda citou exemplos  outros épicos como os clássicos Ben-Hur e Spartakus. Diz Costa Val :

" Um filme não pode contar com um conhecimento histórico de quem o assiste". Neste sentido, a estrutura do roteiro tem que supor o desconhecimento do receptor sobre o contexto histórico e temporal de uma determinada trama. O telespectador não tem que necessariamente conhecer previamente todos os elementos contextuais de um determinado filme".

Desta forma, o professor também salienta que aquestão da legenda, é usada fora do contexto da vida comum. Usamos a legenda para contextualizar um conflito que já existe.
Para exemplificar a questão do conflito que conduz o seguimento das legendas, o professor citou o filme Diamante de Sangue, com Leonardo DiCaprio e Jeniffer Conelly. Segundo Costa Val, por mais que fiquemos engasgados com a violência do filme, por mais que o filme nos choque, temos contato com um conflito real. O filme já nos coloca dentro de um certo universo diegético.
Costa Val comenta que

"Um filme precisa ter uma mensagem, um ethos, que te cause indignação".

Portanto, a legenda pode ter a função de nos inserir dentro de um universo com seus conflitos e dramas.
Abaixo, cenas do referido filme:

Costa Val, ainda enfatizando a questão conflitual, citou uma epígrafe de Macbeth:

"Ser um rei não é nada, é preciso sê-lo sem perigo".



Fargo, dos Irmãos Cohen, também foi citado. O filme mostra como se faz possível arquitetar infinitas formas e possibilidades de estruturas na concepção do filme. "Brincando" com o telespectador, na inserção de vários elementos e pistas, os autores criam uma narrativa genial. No filme em questão, supostamente com o incidente e as mortes, ocorridas no início da narrativa, o telespectador supõe que o a narrativa se trata de uma história real, passada em 1997, e os fatos serão contados exatamente como ocorreram. Mas tudo não passa de uma brincadeira dos Irmãos Cohen.
Essa “brincadeira” dos irmãos Cohen se torna bastante clara quando, ao final do filme, surge mais um alerta ao expectador. Dessa vez eles informam que os personagens e os eventos que acabaram de ocorrer são fictícios. Com bizarrices e situações complexas, o expectador se insere na narrativa do filme e a toma como verdade. Até que o filme acaba, com o expectador tendo a absoluta certeza de que tudo aquilo que ele viu não passa de ficção.
Costa Val salienta que tudo se faz possível acontecer no processo da estrutura do roteiro. No exemplo citado, as cores e os tons que os Irmãos Cohen estão desenhando são um símbolo o fato do ser humano tomar às vezes as atitudes mais esdrúxulas possíveis.

Abaixo o roteiro do referido filme:


Continuando a questão da macroestrutura, temos abaixo o terceiro elemento, na visão de Costa Val:

3- Ação direta: Aristotelicamente, segundo Costa Val, essa ação é estruturada em começo, meio e fim. Portanto, o filme se concebe cronologicamente.

4- Flashbacks: Para que o autor desenvolva a macroestrutura ele pode utilizar os quatro elementos. Não  se  faz necessário usar da linearidade. Neste sentido, Costa Val citou mais uma vez o clássico Forrest Gump. No filme, temos inicialmente a cena do personagem de Tom Hanks esperando o ônibus. O personagem, se utiliza de interlecutores, que são as pessoas que se sentam os bancos. Neste  cenário elevai contando a sua história, que vai voltando ao passado em várias etapas da história americana, sempre diminuindo "menos nove anos" na época citada.
Um outro elemento que envolve a trama é o lema " Run, Forrest run (corra, Forrest corra!)", que  motiva a vida do personagem durante todo o filme. Costa Val salienta que a história vai dando idas e vtidas no tempo até o fim do segundo ano. O ethos do filme, segundo Costa Val é incorruptibilidade. Forrest Gump não se deixar levar por mazelas. É um personagem que não tem malícia, o que o move é o dever. Ele dá um significado à vida maravilhoso.
 
Ponto zero                          Ponto de virada
--l---------------l----------------l--------------------l-------------------l-----
                        1                     2                           3

Abaixo, a lendária cena do filme de Spielberg, que enfatiza o "Run, Forrest Run!



Helen, integrante de nosso grupo, complementando a explicação de Costa Val sobre a questão da simplicidade do personagem de Tom Hanks, trouxe à tona o filme "Muito além do jardim.
No filme, o personagem vivido por Pete Sellers é um homem ingênuo, que passou a vida inteira cuidando de um jardim. Após a morte de seu patrão, ele é então obrigado a enfrentar o mundo e conhece uma outra realidade até então desconhecida.
Segundo Costa Val, o personagem não fala diretamente nada contra ninguém, e se utiliza sempre de metáforas, sempre relacionadas à questão do jardim, como a que se segue: "Tudo tem que plantar para se colher". Costa Val demonstra como a realidade do mundo era avessa à realidade do personagem.
No final, o personagem  de Peter Sellers vai andando por um cemitério e começa a andar na água.  Mas,  cenário da morte,  e do cemitério não o incomodam, pois ele tem outros pârametros sobre a vida. Costa Val menciona uma belíssima frase do personagem: "A vida é um estado de espírito".
Diz Helen: "Cada um enxerga o personagem de uma forma, de acordo com a necessidade e o interessse".

Abaixo, o vídeo da cena final do referido filme:


Portanto, com os quatro elementos da macroestrutura, Costa Val teceu os parâmetros de como uma história pode ser desenvolvida.
O filme "O resgate do Soldado Ryan" também foi dado como exemplificação da macroestrutura no desenvolvimento de um roteiro.
Segundo o professor, o filme se inicia demonstrando o famoso "Dia D", na ação conjunta preparada pelos aliados e a invasão da Normandia, que fora algo planejado a muito tempo.
O filme começa com uma dose de realismo chocante. "O genêro evolui com a tecnologia", salienta o professor. Costa Val  comenta também que qualquer filme de guerra sério discute a imbecilidade da guerra, e o "Soldado Ryan", não foge à regra.
O filme começa com uma cena real, vivida num cemitério. A câmera começa focalizadando o olho de um velho, e sai no olho do Capitão John Miller Jr, personagem de Tom Hanks. O personagem está tremendo. A estratégia usada no prólogo do filme, brinca com o espectador, na medida que acredita-se durante todo o filme que o tal velho é o Tom Hanks. No entanto, no final do terceiro ato, o personagem do Tom Hanks morre. Daí em diante, retorna a cena do cemitério. Surpreendentemente, o velho do início do filme é Ryan, visitando o túmulo de Tom Hanks.

Abaixo o trailler do filme:


Neste ponto, Costa Val faz um esboço da macroestrutura do filme:

Ponto 0------------1--------------2----Ponto de virada-------------3-------Epílogo (Clímax)

Comenta Costa Val:
"Nunca até então haviam feito um filme com tanto realismo. O filme começa com capitão Miller tremendo e acaba com o capitão Miller na areia, também tremendo".

O primeiro ato do filme se dá nos intensos 22 minutos iniciais, que são intensos. A praia vermelha, milhares de cadáveres boiando, mostrando realisticamente aquilo que a história escrever na porte de mais de 250000 soldados.



Escrito na mochila de um soldado vemos "Ryan".  Em seguida, aparece a cena onde mãe de Ryan recebe no mesmo dia a notícia de que três dos seus filhos foram mortos e m combates.  Diz  Costa Val:
"Mas existe o quarto Ryan. O general tira uma carta de Abraham Lincoln e sai em busca do Ryan que ficou pra trás. Para resgatar o Ryan temos que mandar alguém, o capitão Miller".


Assim, o capitão Miller lidera um pelotão que recebe uma missão fora do comum para resgatar o Soldado perdido. Neste instante ocorre o segundo ato, que segundo Costa Val se traduz na busca por Ryan que é o ponto de virada da trama.

O terceiro ato do filme, se dá quando o pelotão do capitão Miller chega na França na busca de Ryan. No entanto, surpreendentemente, ele não deseja ser resgatado.
Costa Val cita a fala do personagem: 
"Mas por que vocês vieram aqui? Não vou voltar! Por que sou diferente dos outros? Eu fiquei com os irmãos que me sobraram".

O professor ainda salienta:
"É interessante a constituição dos personagens. Qual é elemento da esperança do filme? São as latinhas que areia, que servem de salvaguarda para ele voltar pra casa".

Costa Val enfatiza o ponto de esperança elucidado, citando uma frase de Humberto Eco: 
"Todo personagem precisa de sua chave mágica".


O professor salienta que um segundo clímax acontece no final, antes da morte do capitão. Salienta Costa Val, que neste trecho, aparece a estratégia da da falsa pista. Aparece a imagem de Ryan olhando o capitão Miller morto. 
"A imagem vai envelhecendo. Então o Ryan é o velho"- salienta o professor.
A macroestrutura de "O resgate do soldado Ryan", na visão de Costa Val, se concebe na ação direta, sem legendas e sem narrador.

Dando prosseguimento à aula, Costa Val citou as narrativas multiplot. Neste sentido, ele deu o exemplo do filme Babel, de
Alejandro González. No filme são mostradas três histórias simultaneamente, não existe uma linearidade. Os pontos em comum, se tão nas histórias em paralelo.

Microestrutura
Costa Val também comentou a questão da microestrutura, que se traduz na divisão em cenas. Salienta Costa Val: 
"A unidade dramática do roteirista é a cena. A unidade do diretor é o plano. O diretor filma plano á plano. Não me interessa enquanto diretor quanto tempos vão haver numa cena. A unidade dramática se traduz no roteiro, que é divido em cenas, ações e diálogos desenvolvidos, quando houver. A microestrutura diz respeito à cena que tem valor dramático".

Neste sentido, a macroestrutura é o esqueleto e as cenas os orgãos. E as cenas de transição funcionam como se fossem articulações do corpo humano."

O professor divide a microestrutura em:
1.1- Cenas Essenciais: Várias cenas fazem parte de uma sequência. Neste sentido,o professor  exemplificou com supostas cenas que poderiam ser gravadas, por exemplo, no cenário da Praça da Liberdade. Diz Costa Val:
"A praça, a biblioteca, a lanchonete xodó, o coreto...todos esses elementos fazem parte de uma sequência. A sequência não é nem numerada. A sequência vai aparecer em termos e locação, de ambiencia. As cenas essenciais portanto, contém o fundamental para o desenvolvimento do drama".

Costa Val subdivide as cenas essenciais em:
1.1.1- Cenas de Exposição
1.1.2- Cenas de preparação
1.1.3- Cenas de complicação
1.1.4- Cenas de clímax
1.1.5- Cenas de Resolução.


Salienta o professor:
"O filme em ação direta vem nesta ordem. Uma estrutura narrativa leva em conta um lugar esse lugar chama-se clímax, que é o ponto alto do drama. O clímax é para onde a história caminha. Para chegarmos até um determinado ponto,expomos alguma coisa".




Neste ponto, Costa Val, salienta as cenas de exposição, as quais, segundo ele,  expõe o motivo e a razão de ser da narrativa.
Para exemplificar este fato, ele voltou a abordar as cenas de "Smoke", assistidas no início da aula. Comenta o professor que no filme vemos cenas de exposição tais como as cenas passadas nometrô, na tabacaria e a cena do escritor contando que sua mulher morreu Portanto, na visão do professor, as cenas de exposição têm a função de apresentar a narrativa, mesmo que não evidentemente.
Comenta Costa Val: 
"No smoke, se faz preciso introduzir coisas sérias. Mas não vai ser didático. Mas não vai ser tudo certinho. Tudo o que é didático demais é um porre".
Voltando a questão do didatismo, ele cita mais uma vez O Resgate do Soldado Ryan:
"No Ryan, o filme entra num didatismo bobo e ufanista. Algo que não se faz necessário".
O professor elucida também as cenas de preparação:
"As cenas de preparação são as cenas que nos preparam para o que virá mais parte. Um exemplo é o Ryan. Os primeiros 22 minutos do dia D começam com o clímax, mas também é uma exposição, mostrando o que é uma guerra. O filme já começa tenso. Quando o general decide que o Ryan vai ser salvo, dá-se o fim da exposição".


Abaixo, cenas do referido filme que elucidam o fatídico Dia D:



Proseguindo, Costa Val definiu as cenas de complicação  como aquelas que nos expõe as complicações da trama. Diz o professor:

"Nós já entendemos a história, então vem o grosso do filme. É onde o conflito começa acontecer. Um exercício muito bom é você perceber nos filmes onde os nós começam a ser dados. As cenas de complicação mantêm a expectativa do clímax. No exemplo do Ryan, o capitão Miller leva a história adiante. As cenas de complicação, portanto, nos preparam para o clímax."
As cenas de Clímax, foram conceituadas na visão de Costa Val como o ponto alto do drama.  Diz o professor:
"Em um filme de romance, por exemplo, o clímax é o encontro de um casal. O clímax nos leva a algum lugar. No Ryan, o clímax é o encontro do soldado".
Costa Val também comentou a questão da supertarefa: 
"Stanislavisky salienta que ao personagem o autor designa uma tarefa. No Ryan a tarefa é encontrar o soldado. A supertarefa vai além da tarefa. Esperamos que o protagonista se supere em um dado momento. Aí ele se revela. Neste sentido, voltamos à tragédia grega. O protagonista quando se sente acuado toma uma atitude. Na supertarefa,  a missão do personagem é de repente a de sobreviver a um terremoto, mas volta para ajudar os outros. Ele se sacrifica".

O professor ainda salienta que depois do clímax do filme, o que sobrou é o desfecho, a resolução.
                                -------------l-- Clímax\
                                                                         \ Resolução

Ainda sobre a questão da resolução, Costa Val salientou o aspecto das trilogias. Diz o professor:

"Não é algo recente. Tem só 2500 anos!!! A história não se fecha. No senhor dos anéis temos o primeiro, segundo e terceiros filmes."


Neste sentido, o exemplo deste filme mostrou que a questão não é resolvida. No caso de "O senhor dos Anéis", somente no terceiro episódio acontece a resolução do personagem Frodo. Nos três filmes, todos os seus companheiros reconheciam em Frodo como o único indivíduo com o caráter e a capacidade de cumprir a missão de destruir o anel. Mesmo assim, tudo deu certo graças a uma fatalidade da última cena, pois Frodo recusou-se a destruir o anel.

Costa Val também salientou as chamadas cenas de transição, que segundo ele acontecem entre as cenas essenciais. O professor exemplifica esse conceito com um personagem caminhando pela rua por exemplo, que serve como um elemento de articulação e transição.



A excelente aula de Costa Val foi finalizada com a exibição do curta "Coração de Papel".
O inusitado Pitch line do filme é o que se segue: " Homem habituado a comer papel apaixona-se por artista de origame.O filme, dirigido pelo próprio Costa Val, tem um contexto divertido e bem elaborado, com uma bela trilha sonora do grupo Pato Fu, tentou demonstrar a questão dos conceitos da complicação e exposição salientados anteriormente.

A aula de Claúdio Costa Val mais uma vez deixou todos os membros de nosso grupo estupefatos, com a excelente e grandiosa gama de conhecimento. Se faz impressionante todos os detalhes que Costa Val traz à tona sobre diversos filmes. Mais uma vez saímos satisfeitos e gratos, por toda a experiência cinematográfica que nos foi brilhantemente transmitida.






Estudo - Plano Espiritual
(Afonso Chagas Corrêa) 
 
Abaixo um relato do Estudo feito pelo Afonso. No Final você pode assistir o estudo na integra em video.
Nossa aula de Domingo, foi finalizada com uma exposição do excelente Afonso Chagas Corrêa, renomado expositor da União Espirita Mineira. Afonso salientou alguns aspectos que definem a construção do ambiente espiritual".
Naturalmente, isso ajudará muito na construção da proposta de trabalho de nosso curso, na medida que a sintonia com sentimentos positivos, nos ofertará resultados bons.
Abaixo, alguns pontos importantes da exposição de Afonso:


" Hamelet, conversando com Horácio diz que há muitas mais coisas entre o céu e a terra do que supõe nossa vã filosofia. Como explicar a vida? Desde os primeiros momentos do Homo sapiens, tem-se a noção do ambiente visível e invisível (...).
Começam as elaborações espíritas sobre uma outra vida além da matéria. Paradigmas são estabelecidos, como os do céu e inferno, que são a ambientação global de duas realidades diferentes.






Por volta do século 12, Dante Aliguieri tem a oportunidade de fazer visitas à esses ambientes, definindo pontos de locação fora da matéria. Eisten, no século XX, trouxe um conceito novo de energia. Na verdade, não existe a matéria, mas uma energia coagulada. Um pouco antes de Einsten, surge o Espiritismo. Assim, não existe espaço e tempo sem consciência. O purgatório, desta forma, se revela num estado de consciência. Com a doutrina espírita, o mundo espiritual está interprenetrado e concomitante com o mundo material. O elemento que faz isso é o fluído cósmico universal, que tem como base o éter. Esse éter, que não tem eletróns, é o veículo do pensamento. O pensamento flui em todas as direções. (...)

Desta maneira tem-se a noção de espaço, tempo e consciência. Noções que se abrem na perspectiva evolutiva. (...) Onde existe pensamento existe substância e forma. O pensamento cria e irradia-se por onde deseja. (...).

O pensamento é uma capacidade humana que é impactada pelo sentir. O sentir está construído pelo reflexo condicionado. (...).

Neio Lúcio, no livro Os Escaninhos da Alma, diz que um ser humano tem em média de 60000 à 100000 pensamentos por dia. Cada pensamento constrói uma forma. Toda vez que pensamos criamos um clima vibratório. (...) Cada um observa a realidade de um ponto diferente. Deus criou o planeta terra constituído pelo pensamento. (..) Em relação à produção cinematográfica, que emoções queremos fazer o outro sentir?

Uma onda mental também é uma semente que irradia-se no tempo e no espaço. Emmanuel diz que nenhum de nós está isolado. Temos sempre uma onda de testemunhas. Qual a garantia de conseguir um ambiente saudável? A resposta está na busca de Deus.







As cenas de teatro e cinema criam um campo energético que se comunica via onda eletromagnética em relação a quem está assistindo.

O livro dos médiuns aponta que todo movimento de expressão cria um campo energético.

O quão difícil é estabelecer o belo na conjugação das cenas. O livro A grande síntese, diz que a arte é a suprema representação da alma humana. André Luiz diz que a arte é o belo produzindo o bom. Portanto, o mesmo texto escrito por duas pessoas, pode causar sensações diferentes.

Chico Xavier, por exemplo, tem uma imagem que gera uma simpatia incrível, tem uma irradiação.

O capítulo 8 do livro Pensamento e Vida, de Emmanuel, diz que eu entro em ressonância com quem pensa como eu penso. Quando os pensamentos se repetem, eles podem criar viciação. Todos nós somos seres multidimensionais.

Abaixo o Estudo de nosso querido Afonso Chagas


Terminamos nosso relato neste instante gratos e sentidos pelas excelentes oportunidades de aprendizado.




Abraços a todos e até a próxima!